Corina Machado pede a funcionários que "baixem armas" e apoiem "liberdade da Venezuela"

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, pediu aos funcionários públicos da Venezuela que "baixem as armas" e acompanhem "a liberdade" do país "quando chegar o momento certo".

Lusa /
Foto: Marco Bello - Reuters

"O rugido desta terra que exige liberdade cresce e ressoa dentro e fora" da nação, disse no sábado a Prémio Nobel da Paz num áudio partilhado nas redes sociais.

"O que vai acontecer já está a acontecer. Essa hora decisiva está iminente, a posição que cada um de nós tomar marcará nossas vidas para sempre. A história, a lei e o povo venezuelano serão seus juízes", disse Machado.

O ativista apelou ainda "àqueles que hoje cumprem as ordens infames" para que, "chegada a hora, saiam e abracem o povo".

"Saberão muito bem como e quando dar esse passo, porque tudo à vossa volta será inequívoco. Sê um herói e não um criminoso, sê um orgulho e não uma vergonha para a tua família, sê parte do futuro brilhante da Venezuela (...) Este dia que se aproxima", acrescentou.

Machado considera fraudulenta a controversa reeleição de Nicólas Maduro nas presidenciais venezuelanas de julho de 2024, afirmando ter vencido o antigo embaixador Edmundo González Urrutia, atualmente exilado em Espanha.

Na quarta-feira, Machado disse que vê "horas decisivas" para a Venezuela e garantiu uma "transição pacífica".

Num fórum de ex-presidentes ibero-americanos no Miami-Dade College (MDC), afirmou ainda que "o que está a acontecer na Venezuela não é apenas um acontecimento nacional, é um ponto de viragem para toda a América Latina".

Entretanto, o Governo venezuelano disse que os Estados Unidos estão a ameaçar a Venezuela, com vista a uma "mudança de regime", ao destacar navios para as Caraíbas, uma tensão que aumentou esta semana com o anúncio por Washington da operação militar "Lanza del Sur".

Machado disse no início do mês apoiar a estratégia do Presidente norte-americano, Donald Trump, de ordenar operações no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico, porque "combate os fluxos de tesouraria" das "estruturas criminosas" que traficam armas, drogas e pessoas.

"É preciso cortar esses fluxos de tesouraria, e é exatamente isso que o Presidente Trump está a fazer, para proteger milhões de vidas norte-americanas e latino-americanas; e se é certo que Maduro começou esta guerra, o Presidente Trump está a terminá-la", defendeu.

Desde agosto, os Estados Unidos reforçaram significativamente a presença militar no Sul das Caraíbas sob o pretexto de uma missão antidroga.

Cerca de 10 mil soldados foram mobilizados, segundo fontes oficiais, e um dos principais navios da Marinha dos EUA, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do Pentágono, foi posicionado junto à costa venezuelana.

Em outubro, Trump declarou que não descartava possíveis ataques a alvos terrestres tanto na Venezuela como na Colômbia, cujos presidentes acusa de serem narcotraficantes.

Por sua vez, Nicolás Maduro apelou à população para se preparar para uma possível "luta armada" e anunciou o envio de 200 mil soldados para o país.

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